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Câncer de Pâncreas: Um Guia para o Paciente em Sua Jornada de Tratamento

11/11/2025, 06:39:31

1. Uma Mensagem de Boas-Vindas e Esperança

Receber o diagnóstico de câncer de pâncreas pode ser um momento desafiador, trazendo muitas perguntas e incertezas. Queremos que você saiba que não está sozinho(a) e que há uma equipe de profissionais dedicados e muitas opções de tratamento disponíveis hoje.

Este guia foi criado pensando em você. Nosso objetivo é explicar de forma clara e carinhosa o que é o câncer de pâncreas, os tipos de tratamento que existem e como eles funcionam, usando uma linguagem que você possa entender. Acreditamos que o conhecimento é uma ferramenta poderosa e pode trazer mais tranquilidade e confiança durante sua jornada.

O Que é o Pâncreas?

O pâncreas é um órgão pequeno, que fica atrás do estômago, com um formato que lembra uma folha. Ele tem duas funções muito importantes:

● Produzir hormônios, como a insulina, que controlam o açúcar no sangue.

● Produzir sucos digestivos que ajudam a digerir a comida.

O câncer de pâncreas acontece quando as células desse órgão começam a crescer de forma descontrolada. Mas lembre-se: a ciência está sempre avançando, e a cada dia surgem novas esperanças e tratamentos mais eficazes.

2. O Caminho da Ciência: Como os Tratamentos Evoluíram

Há algumas décadas, as opções para o tratamento do câncer de pâncreas eram muito limitadas. Mas, graças a muita pesquisa e dedicação de cientistas e médicos ao redor do mundo, as coisas mudaram bastante.

Hoje, não só temos remédios e técnicas mais potentes, como também entendemos melhor o câncer de cada pessoa. Isso significa que podemos oferecer tratamentos mais personalizados e com maiores chances de sucesso. Estamos em uma era onde cada pequeno passo da ciência representa um grande avanço na vida dos pacientes.

3. Tratamento Antes da Cirurgia (Terapia Neoadjuvante)

Em alguns casos, antes de fazer a cirurgia para remover o tumor do pâncreas, sua equipe médica pode sugerir um tratamento inicial. Chamamos isso de terapia neoadjuvante, e o objetivo é “preparar o terreno” para a cirurgia.

Por que fazer isso?

● Encolher o tumor: Se o tumor diminuir de tamanho, pode ficar mais fácil para o cirurgião removê-lo completamente.

● Controlar a doença: Ajuda a combater qualquer célula cancerígena que possa ter se espalhado para outros lugares, mas ainda não é visível.

● Testar o tratamento: Vemos como o câncer responde aos remédios, o que pode dar pistas para os próximos passos.

Os tratamentos mais comuns antes da cirurgia são:

● FOLFIRINOX: É uma combinação forte de quatro remédios de quimioterapia: oxaliplatina, irinotecano e 5-FU/leucovorina.

● Como é dado: Direto na veia (intravenoso), geralmente em ciclos que se repetem a cada duas semanas.

● O que esperar: Por ser uma quimioterapia potente, pode causar cansaço, queda de cabelo, náuseas, diarreia e formigamento nas mãos e pés. Sua equipe médica irá acompanhar de perto para ajudar a controlar esses efeitos.

Gemcitabina + nab-Paclitaxel: É outra combinação de dois remédios de quimioterapia.

● Como é dado: Também na veia, geralmente uma vez por semana, com um tempo de descanso.

● O que esperar: Pode causar cansaço, queda de cabelo (embora nem sempre completo), diminuição das células de defesa (aumentando o risco de infecções) e inchaço.

Pesquisas Importantes (Estudos Neoadjuvantes):

Muitas pesquisas mostraram a importância desses tratamentos antes da cirurgia:

● PRODIGE 4/ACCORD 11: Um estudo famoso que nos mostrou que o FOLFIRINOX é um tratamento muito eficaz para o câncer de pâncreas.

● PREOPANC-1 e PREOPANC-2: Esses estudos compararam a cirurgia direta com a quimioterapia antes da cirurgia e mostraram que dar tratamento antes da cirurgia pode trazer mais benefícios, inclusive aumentando o tempo de vida de alguns pacientes.

● PREP-02/JSAP-05 e ESPAC-5F: Outros estudos que confirmaram que tratar antes da cirurgia com esquemas como o FOLFIRINOX pode ser mais vantajoso do que a cirurgia sozinha para alguns casos.

● NORPACT-1: Este estudo comparou o FOLFIRINOX com a combinação Gemcitabina/nab-Paclitaxel antes da cirurgia, ajudando os médicos a decidir qual o melhor caminho para cada paciente.

Esses estudos são importantes porque nos dão a certeza de que estamos usando os tratamentos mais eficazes com base em evidências científicas.

4. Tratamento Depois da Cirurgia (Terapia Adjuvante)

Após a cirurgia para remover o tumor, sua equipe médica pode recomendar um tratamento adicional, chamado terapia adjuvante.

Qual o objetivo?

● “Limpar” qualquer célula: Mesmo que o cirurgião tenha retirado tudo o que era visível, algumas células cancerígenas microscópicas podem ter ficado. A terapia adjuvante ajuda a eliminar essas células.

● Diminuir a chance de o câncer voltar: Ao eliminar essas células “invisíveis”, diminuímos a probabilidade de o câncer reaparecer no futuro.

Os tratamentos mais comuns depois da cirurgia incluem:

● mFOLFIRINOX: Uma versão um pouco adaptada do FOLFIRINOX (geralmente com doses mais ajustadas para serem toleradas por mais tempo), que continua sendo uma das opções mais potentes para reduzir o risco de retorno da doença.

● Como é dado: Na veia, em ciclos.

● O que esperar: Efeitos semelhantes ao FOLFIRINOX pré-cirúrgico, mas sua equipe ajustará as doses para que você consiga tolerar o tratamento completo.

Gemcitabina + Capecitabina: Outra combinação de quimioterapia. A Gemcitabina é dada na veia, e a Capecitabina é um remédio em pílula que você toma em casa.

● Como é dado: Gemcitabina na veia, Capecitabina por boca (pílulas).

● O que esperar: Cansaço, náuseas, diarreia. A Capecitabina pode causar uma condição chamada “síndrome mão-pé”, que é uma vermelhidão e sensibilidade nas palmas das mãos e solas dos pés.

Remédios Específicos para Mutações Genéticas (Inibidores de PARP: Olaparib)

Aqui é onde a personalização do tratamento faz uma grande diferença!

● Se você fez testes genéticos (saiba mais na Seção 8) e descobriu ter uma alteração específica nos genes BRCA1 ou BRCA2 (que pode ser herdada da família ou surgir apenas no tumor), existe um remédio em pílula chamado OLAPARIB.

● O que faz o Olaparib: Ele funciona de uma maneira muito inteligente. As células com a alteração no gene BRCA têm dificuldade em “consertar” seu próprio DNA. O Olaparib impede um mecanismo de reparo nessas células, fazendo com que as células cancerígenas se danifiquem e morram, enquanto as células saudáveis são menos afetadas.

● Como é dado: É tomado em forma de pílulas, geralmente duas vezes ao dia. É um tratamento de manutenção, ou seja, é usado por um tempo prolongado para manter o câncer sob controle.

● O que esperar: Os efeitos colaterais mais comuns incluem cansaço, náuseas e anemia (diminuição dos glóbulos vermelhos).

● Pesquisa Importante (Estudo POLO): Um estudo muito importante chamado POLO mostrou que, para pacientes com câncer de pâncreas que tinham a alteração BRCA e já tinham feito quimioterapia, o Olaparib como tratamento de manutenção ajudou a manter a doença controlada por muito mais tempo, diminuindo as chances de o câncer voltar.

Essa é uma opção de tratamento muito importante para um grupo específico de pacientes, mostrando como os testes genéticos podem abrir portas para tratamentos mais eficazes.

5. Câncer Disseminado (Doença Metastática) – Primeira Linha de Tratamento

Quando o câncer de pâncreas disseminou (se espalhou) para outras partes do corpo (o que chamamos de metástase), o objetivo principal do tratamento muda. Nesses casos, a meta é controlar a doença, diminuir os sintomas, melhorar sua qualidade de vida e, sempre que possível, prolongar sua vida.

Existem tratamentos muito eficazes que são oferecidos como primeira opção (primeira linha):

● FOLFIRINOX: A mesma combinação potente de quimioterapia que mencionamos antes, mas que também é muito eficaz para o câncer que se espalhou.

● Como é dado: Na veia, em ciclos a cada duas semanas.

● O que esperar: Cansaço, náuseas, diarreia, queda de cabelo e formigamento.

Gemcitabina + nab-Paclitaxel: Outra combinação de quimioterapia frequentemente usada.

● Como é dado: Na veia, geralmente semanalmente.

● O que esperar: Cansaço, queda de cabelo (nem sempre completo), e diminuição das células de defesa (cuidado com infecções).

NALIRIFOX: Essa é uma nova combinação que envolve um tipo especial de Irinotecano (chamado nal-IRI) junto com oxaliplatina e 5-FU/leucovorina. Infelizmente o nal- IRI ainda não está disponível no Brasil.

● Como é dado: Na veia, em ciclos.

● O que esperar: Efeitos colaterais semelhantes ao FOLFIRINOX, como cansaço, diarreia, náuseas e vômitos.

Pesquisas Importantes para o Câncer Espalhado:

● Estudo MPACT: Foi um estudo fundamental que demonstrou que a combinação de Gemcitabina + nab-Paclitaxel era superior à Gemcitabina sozinha, oferecendo melhores resultados para os pacientes.

● Estudo NAPOLI-3: Este estudo recente mostrou que o NALIRIFOX foi superior à combinação de Gemcitabina + nab-Paclitaxel para alguns pacientes, oferecendo uma nova e promissora primeira opção de tratamento.

Olaparib e Rucaparib (Inibidores de PARP) para a Doença Espalhada:

● Se você tem a alteração no gene BRCA, o Olaparib (ou outro remédio da mesma classe, como o Rucaparib) pode ser uma opção importante aqui também.

● Como é usado: Às vezes é usado após a quimioterapia para manter o controle da doença (como um tratamento de manutenção), e em alguns casos, pode ser usado sozinho, dependendo da avaliação do seu médico.

● Por que funciona: Por atacar especificamente a vulnerabilidade das células cancerígenas com a alteração BRCA.

6. Quando o Primeiro Tratamento Falha após algum tempo ou Não Funciona Tão Bem (Segunda Linha de Tratamento)

Às vezes, mesmo com um bom tratamento inicial, o câncer pode encontrar maneiras de crescer novamente ou o tratamento pode não ser tão eficaz quanto esperávamos. Nesses casos, sua equipe médica irá discutir opções de segunda linha de tratamento. O objetivo continua sendo controlar a doença, aliviar os sintomas e manter sua qualidade de vida.

As opções comuns incluem:

Se FOLFIRINOX foi usado na primeira, podemos usar Gemcitabina + nab-Paclitaxel na segunda linha. O inverso também é uma excelente possibilidade (se Gemcitabina + nab-Paclitaxel foi usado na primeira, seguimeos com FOLFIRINOX).

Outras opções:

Nal-IRI (Onivyde) + 5-FU/Leucovorina: Uma combinação de quimioterapia diferente. O nal-IRI é uma versão encapsulada de um remédio chamado irinotecano, projetado para durar mais tempo no corpo e ser mais eficaz.

● Como é dado: Na veia, geralmente a cada duas semanas.

● O que esperar: O principal efeito colateral é a diarreia severa. É CRUCIAL que você avise sua equipe médica imediatamente se tiver diarreia, para que possam te dar os remédios certos para controlá-la.

mFOLFOX6: Esta é uma combinação de quimioterapia que pode ser usada tanto como primeira quanto como segunda linha, dependendo do tratamento anterior.

● Como é dado: Na veia, em ciclos.

● O que esperar: Cansaço, náuseas e formigamento nas mãos e pés (neuropatia).

XELOX: Uma combinação de oxaliplatina (na veia) e capecitabina (pílula).

● Como é dado: Oxaliplatina na veia e capecitabina por boca.

● O que esperar: A capecitabina pode causar a síndrome mão-pé (vermelhidão e sensibilidade nas mãos e pés), e a oxaliplatina pode causar formigamento.

Capecitabina (monoterapia): Em alguns casos, a capecitabina, apenas a pílula, pode ser usada sozinha.

● Como é dado: Pílulas, tomadas em casa.

● O que esperar: Síndrome mão-pé, diarreia e cansaço.

Inibidores de PARP (Olaparib ou Rucaparib) na Segunda Linha:

● Mais uma vez, se você tem a alteração nos genes BRCA, o Olaparib ou Rucaparib pode ser considerado mesmo como uma opção de segunda linha.

● Por que: Porque eles atuam de forma direcionada, explorando a vulnerabilidade específica das células cancerígenas com essa mutação, mesmo após outros tratamentos.

7. Lidando com os Efeitos Colaterais: Você Não Está Sozinho(a)

Os tratamentos para o câncer de pâncreas podem ter efeitos colaterais, e é completamente normal senti-los. Lembre-se: sua equipe médica está aqui para te ajudar a gerenciá-los. Não hesite em relatar qualquer sintoma, por menor que pareça. Muitos efeitos podem ser controlados ou diminuídos com medicamentos ou mudanças no dia a dia.

Aqui estão alguns efeitos comuns e como lidar com eles:

● Diarreia: Pode ser um efeito da quimioterapia, especialmente com nal-IRI.

● O que fazer: Avise seu médico IMEDIATAMENTE. Beba bastante líquido, evite comidas gordurosas ou picantes, e tome os remédios que o médico receitar.

Cansaço (Fadiga): É um dos efeitos mais comuns.

● O que fazer: Escute seu corpo. Descanse quando precisar. Pequenas caminhadas ou exercícios leves (se permitidos pelo médico) podem ajudar a dar mais energia. Uma dieta equilibrada também é importante.

Náuseas e Vômitos: Podem ser controlados com medicamentos.

● O que fazer: Tome os remédios para náusea conforme a prescrição. Coma pequenas porções ao longo do dia e evite cheiros fortes.

Queda de Cabelo: Não acontece com todos os tratamentos, mas é comum com algumas quimioterapias.

● O que fazer: Converse com sua equipe sobre opções como lenços, perucas ou chapéus. Lembre-se que é temporário.

Formigamento e Dormência (Neuropatia): Sensação de agulhadas ou dormência, principalmente nas mãos e pés, causada por alguns quimioterápicos.

● O que fazer: Avise seu médico. Evite água muito fria ou muito quente. Mantenha as mãos e os pés bem hidratados.

Vermelhidão e Dor nas Mãos e Pés (Síndrome Mão-Pé): Causada por remédios como a capecitabina.

● O que fazer: Avise seu médico. Use cremes hidratantes, evite atrito e pressão excessiva nas mãos e pés. Use sapatos confortáveis.

Diminuição das Células de Defesa (Risco de Infecção): Alguns tratamentos diminuem os glóbulos brancos, que são suas defesas.

● O que fazer: Lave bem as mãos, evite contato com pessoas doentes, e avise seu médico se tiver febre.

Lembre-se: Gerenciar os efeitos colaterais é parte essencial do tratamento para que você tenha a melhor qualidade de vida possível.

8. Testes Genéticos: Desvendando o Segredo do Seu Câncer

Você já ouviu falar que cada pessoa é única? Com o câncer, é a mesma coisa. Cada tumor tem características próprias, como uma “digital”. Os testes genéticos são exames especiais que nos ajudam a descobrir essas características únicas do seu câncer, ou até mesmo alterações genéticas que você possa ter desde o nascimento.

Por que fazer esses testes?

● Escolher o melhor tratamento: As informações genéticas podem nos guiar para remédios que funcionam melhor para o seu tipo específico de câncer, como uma “chave que abre a fechadura certa”.

● Prever como o câncer pode se comportar: Ajuda a ter uma ideia de como o câncer pode evoluir.

Genes e Alterações Importantes no Câncer de Pâncreas:

● BRCA1 e BRCA2 (e outros como ATM, PALB2):

● O que são: São genes que normalmente ajudam a “consertar” o DNA das nossas células. Se eles têm uma alteração (uma “falha”), essa capacidade de reparo fica comprometida.

● Por que é importante: Se você tem uma alteração nesses genes (seja herdada da família ou que apareceu apenas no tumor), o câncer pode ser mais sensível a um tipo de remédio que mencionamos antes: os inibidores de PARP (como o Olaparib e Rucaparib). Eles aproveitam essa “falha” nas células cancerígenas para destruí-las.

● Teste: É feito com uma amostra de sangue ou do próprio tumor.

KRAS:

● O que é: É um gene que atua como um “interruptor” para o crescimento da célula. No câncer de pâncreas, ele frequentemente está “ligado” de forma permanente.

● Por que é importante: Se essa “chave” estiver alterada, o câncer se torna mais agressivo. No entanto, estão surgindo novos remédios que atacam especificamente algumas dessas alterações no KRAS, trazendo novas esperanças.

MSI-H / dMMR (Instabilidade de Microssatélites Alta / Deficiência no Reparo de Mismatches):

● O que é: Significa que as células do câncer têm dificuldade em “consertar” pequenos erros que acontecem no seu DNA.

● Por que é importante: Tumores com essa característica tendem a responder muito bem a um tipo de tratamento chamado imunoterapia. A imunoterapia “acorda” o seu próprio sistema de defesa para que ele reconheça e combata o câncer.

● Teste: É feito com uma amostra do tumor.

Pergunte ao seu médico sobre os testes genéticos. Eles são um passo importante para um tratamento mais personalizado e eficaz!

9. Novidades Recentes: Um Olhar para o Futuro (ASCO e ESMO 2025)

A cada ano, pesquisadores e médicos do mundo todo se reúnem em grandes congressos (como o ASCO e o ESMO) para compartilhar as últimas descobertas. E as notícias para o câncer de pâncreas são cada vez mais animadoras! Veja algumas das novidades e tendências que estão surgindo:

● Remédios Super Inteligentes para o KRAS: Estão sendo desenvolvidos vários remédios que agem como uma “chave-mestra” para bloquear a alteração no gene KRAS, um dos mais comuns no câncer de pâncreas. Estudos como os de GFH375, RMC-9805 (Daraxonrasib) e HRS-7058 estão mostrando resultados promissores, diminuindo o tumor em muitos pacientes.

● Imunoterapia e Terapia Celular Avançada:

● CAR-T para Claudin18.2 (Satri-cel): É uma terapia super avançada onde as suas próprias células de defesa são “treinadas” para reconhecer e atacar um alvo específico (Claudin18.2) nas células do câncer. É como ter um exército personalizado contra o câncer.

● Terapia com vírus especiais (VCN-01): Imagine um vírus que ataca e destrói seletivamente as células cancerígenas, mas não as células saudáveis. Essa é a ideia por trás dos vírus oncolíticos, como o VCN-01, que estão sendo pesquisados.

Novas Combinações e Tecnologias:

● CASSANDRA PACT-21: Um estudo importante que compara diferentes combinações de quimioterapia para antes da cirurgia, buscando a melhor forma de preparar o tumor.

● PANOVA-3: Pesquisas que combinam quimioterapia com “campos elétricos” (chamados TTFields) no pâncreas, que podem ajudar a tornar as células cancerígenas mais sensíveis ao tratamento.

● Vacinas para o Câncer: A ideia de “treinar” o sistema imunológico para reconhecer e atacar o câncer, como uma vacina contra infecções. Estão sendo pesquisadas vacinas específicas para o câncer de pâncreas, inclusive contra a alteração KRAS.

Essas novidades são a prova de que a ciência não para. O que hoje é pesquisa de ponta, amanhã pode ser o novo tratamento padrão, trazendo mais esperança e opções para você e sua família.

10. Dúvidas Comuns (Perguntas e Respostas)

É natural ter muitas perguntas. Aqui estão algumas das mais frequentes:

● Posso ter uma vida normal durante o tratamento?

● Você precisará de adaptações, mas muitas pessoas conseguem manter suas rotinas, hobbies e tempo com a família. O importante é escutar seu corpo, descansar e não se sobrecarregar.

Preciso mudar minha alimentação?

● Sim, a alimentação é crucial! O pâncreas ajuda na digestão, então o tratamento pode afetar como você digere os alimentos. Sua equipe nutricional (nutricionista e médico) irá te orientar sobre a dieta mais adequada para você, incluindo enzimas digestivas se necessário, para garantir que você receba todos os nutrientes.

Devo fazer exercícios físicos?

● Se seu médico permitir, sim! Exercícios leves como caminhadas podem ajudar a diminuir o cansaço, melhorar o humor e fortalecer seu corpo. Converse com sua equipe sobre o tipo e a intensidade adequados.

Qual o papel da minha família e amigos?

● O apoio da família e amigos é fundamental. Eles podem te ajudar com tarefas do dia a dia, acompanhar nas consultas ou simplesmente oferecer uma palavra de carinho. Compartilhar seus sentimentos com eles pode ser muito útil.

Onde encontro suporte psicológico?

● É muito importante cuidar da sua saúde mental e emocional. Sua equipe médica pode indicar psicólogos ou grupos de apoio. Conversar com alguém pode te ajudar a lidar com a ansiedade, medo e outras emoções que surgem durante o tratamento. No grupo Santa, todos os pacientes seguem com suporte psicológico.

Existem grupos de apoio para pacientes com câncer de pâncreas?

● Sim, muitas associações de pacientes oferecem grupos de apoio, onde você pode compartilhar experiências com outras pessoas que estão passando por situações semelhantes. Isso pode ser muito reconfortante.

11. Recursos e Esperança: Você é Mais Forte do que Imagina

Enfrentar o câncer de pâncreas é uma jornada que exige muita força e coragem. Queremos reafirmar que você não precisa passar por isso sozinho(a). Sua equipe médica, familiares, amigos e a comunidade de apoio estão aqui para você.

Lembre-se:

● Comunique-se: Fale abertamente com sua equipe médica sobre seus sintomas, suas preocupações e seus sentimentos.

● Procure apoio: Não hesite em buscar ajuda psicológica, nutricional e social.

● Mantenha a esperança: A cada dia, a ciência avança e novas portas se abrem para tratamentos mais eficazes.

Acreditamos na sua força, na sua capacidade de luta e na ciência que trabalha incansavelmente para oferecer as melhores opções de tratamento. Mantenha-se informado(a), cuide-se e saiba que estamos com você a cada passo do caminho.

Com carinho e esperança, Dr Rafael